Com a grande polêmica surgida em torno da troca de hidrômetros promovida pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgotos) em Mogi Mirim, a autarquia promoveu uma entrevista coletiva na última quinta-feira para prestar esclarecimentos sobre a situação.
Segundo a Diretora de Água e Recursos Hídricos, Rosandra Bronzatto Seragioli, o serviço de troca de hidrômetros seria parte de um projeto e para setorizar o fornecimento de água na cidade, tentando diminuir a perda de água e otimizar os resultados, que teria começado em 2005 com a construção de novas adutoras e reservatórios maiores na cidade.
De acordo com o cronograma, no final do ano passado foi realizado um projeto piloto de troca de hidrômetros no Jardim Patrícia e Chácaras Ypê, que teria apontado cerca de 14% de melhora no registro do consumo das residências da região.
Com o resultado considerado bom, o projeto foi ampliado e já foram trocados cerca de oito mil medidores em Mogi Mirim, com o intuito de promover uma padronização nos medidores. A expectativa é para que mais 22 mil novos medidores sejam instalados a partir de setembro, com uma média de 200 por dia.
De acordo com o Encarregado de Otimização e Controle de Perdas, Pauloroberto Silva Júnior, os hidrômetros adquiridos pelo SAAE registram o consumo a partir de seis litros de água. Os antigos medidores comprados em casas de material de construção somente iniciavam a marcação a partir de 30 litros por hora. Além disso, a vazão nominal que era medida a partir de 1,5 litros por hora nos hidrômetros usados agora passou para 0,6.
Esta diferença nos índices de marcação, segundo Silva Júnior, estariam provocando os aumentos das contas sentidos pela população.
Para explicar as queixas de que os novos hidrômetros girariam sem parar, a equipe do SSAE justifica que a situação não é assim. De acordo com as informações, a diferença é que os hidrômetros marcam desde o consumo de uma torneira pingando, o que estaria dando a impressão de marcação ininterrupta.
Para demonstrar a situação, o SAAE organizou um experimento no qual nove hidrômetros foram colocados em série. O mais antigo era de 1989 e o último era o que está sendo instalado pelo SAAE. De acordo com a demonstração, o novo hidrômetro começa a funcionar bem antes que os demais, efetuando a marcação precisa defendida pela autarquia.
Quanto às dúvidas surgidas em torno da segurança dos hidrômetros, as informações fornecidas foram de que a empresa fornecedora é certificada pelo Inmetro e atua, inclusive, como certificadora para empresas menores.
Arrecadação
Segundo o Diretor Administrativo e Financeiro, Evandro Antonio Trentim, por enquanto não é possível precisar a diferença de arrecadação que a medição mais eficiente trará ao SSAE. Segundo ele, a avaliação deve ser feita somente a partir do próximo ano.
Trentim explica que a diferença na medição não corresponde diretamente a um aumento nos recebimentos da autarquia, uma vez que as pessoas que pagam o valor mínimo de consumo de até 10 metros cúbicos não pagam nada a mais se ainda permanecerem dentro desta faixa e ainda existe a inadimplência que atrapalha os resultados.
De acordo com o Diretor de Gestão de Esgotos, Luiz Manoel Furigo, cerca de 50% da população mogimiriana paga o valor mínimo de consumo de água e aproximadamente 40% devem continuar nesta situação mesmo após a troca dos hidrômetros.
Ele comenta ainda que a diferença nas contas de água deve ser sentida em Mogi Mirim durante aproximadamente três meses e depois disso a situação deve se normalizar.
Telemetria
Além da troca de hidrômetros o SAAE também está investindo no uso do sistema de Telemetria para evitar a perda de água na cidade.
O sistema computadorizado permite a autarquia avaliar a pressão da água ao entrar e sair dos reservatórios, identificar possíveis vazamentos e outras atividades semelhantes.
O sistema já está ativo em grande parte de Mogi Mirim e deve estar completamente ativo até o fim do próximo mês.
Com as atitudes a autarquia pretende diminuir a perda de água na cidade dos atuais 50% para aproximadamente 35%.